Analisando as práticas pedagógicas
em Geografia no Ensino Fundamental.
Caius
Vinícius Valverde de Lima1
Prof. Cesar Eugênio Gomes2
Resumo
O presente artigo trata da investigação
sobre o papel da aquisição das noções de espaço e suas configurações no pleno
desenvolvimento cognitivo no ambiente escolar dos estudantes do ensino
fundamental em todas as suas etapas. O conhecimento de mundo e suas
ambigüidades estão sendo incansavelmente discutidos nos dias atuais e as
práticas educativas no contexto geográfico visam em sua excelência à
aprendizagem da leitura de mundo essencial para a compreensão do espaço e dos
quotidianos das pessoas que nele subsistem. Explorando experiências e vivências
culturais dos grupos sociais respeitando as suas peculiaridades, enriquecendo
assim a aquisição dos conhecimentos geográficos pelos alunos, sua compreensão e
sua percepção de espaço e de mundo.
Palavras-chave: Geografia. Ensino.
Aprendizagem. Ensino Fundamental. Espaço e Mundo.
Abstract
This article deals with the investigation into the role of the acquisition of notions of space and their settings with full cognitive development in the school environment of elementary school students in all its stages. The knowledge of the world and its ambiguities are being relentlessly discussed today and the educational practices in the geographical context seek excellence in learning to read the key to understanding the world of space and everyday people who remain in it. Exploring experiences and cultural experiences of social groups respecting its peculiarities, thus enriching the acquisition of geographical knowledge by students, their understanding and perception of space and the world.
This article deals with the investigation into the role of the acquisition of notions of space and their settings with full cognitive development in the school environment of elementary school students in all its stages. The knowledge of the world and its ambiguities are being relentlessly discussed today and the educational practices in the geographical context seek excellence in learning to read the key to understanding the world of space and everyday people who remain in it. Exploring experiences and cultural experiences of social groups respecting its peculiarities, thus enriching the acquisition of geographical knowledge by students, their understanding and perception of space and the world.
Keywords: Geography.
Education. Learning. Elementary School. Space and World
1 Aluno
de Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras AES-ESAMC de Sorocaba/SP.
2
Professor
Mestre da Academia de Ensino Superior – ESAMC de Sorocaba/SP.
INTRODUÇÃO
O estudo da Geografia que na
verdade foi à ciência que mais evoluiu de maneira significativa, haja vista,
todos os acontecimentos ocorridos na ordem mundial e política, nos alerta a
estas mudanças, a globalização, o livre comércio, as mudanças climáticas, a
queda de antigos ditadores, as novas concepções de família, os espaços
geográficos, suas paisagens, as regiões, o lugar, e se observarmos as mudanças
globais e também se a compararmos com as outras disciplinas ofertadas nas
outras modalidades de ensino, notaremos a presença maciça desta ciência nos
meandros do ambiente global.
Nota-se o veemente interesse na
releitura do nosso mundo e nos acontecimentos que ilustram estas
transformações, ora históricas, ora geográficas, tais como a nova organização
do globo e seus blocos econômicos, o grupo dos países desenvolvidos e os países
que hoje figuram no cenário mundial como ascendentes em franco desenvolvimento
despertando o interesse dos demais países pertencentes aos blocos econômicos e
políticos mais desenvolvidos os “ditos de primeiro mundo”, o final da guerra
fria, dentre outros fenômenos políticos e sociais que influenciaram diretamente
na transformação do mundo que conhecemos.
São estes alguns dos fatores que inicialmente
contribuíram “coerentemente” para a mudança de pensamentos e até mesmo das
metodologias e projetos aplicados no âmbito escolar, tais como a inserção dos educandos
nas atualidades mundiais com as inovações tecnológicas, a extinção da educação
bancária na maioria das instituições de ensino, a progressão continuada, o
advento da mídia e sua exploração em nosso ambiente escolar como fornecedor de vários
temas geradores de pesquisas e ferramentas de construção de conhecimentos, além
da informática e seus sistemas de informação que se encontram presentes em
todas as esferas de nossa sociedade com suas lan houses, na escola nos
laboratórios de pesquisa, além das redes sociais, e a atualização dos
conhecimentos dos professores, os quais devem evoluir profissionalmente,
culturalmente e pessoalmente de maneira diretamente proporcional com base
nestas tecnologias.
Nas escolas os conhecimentos geográficos
encontram-se também atualizados neste contexto, e contam também com a participação
eficaz e proficiente de profissionais envolvidos nas práticas pedagógicas, estas
que por sua vez, necessitam constantemente de revisão e pesquisas para acompanharem
tais mudanças, dando continuidade na prosperidade do ser humano na aquisição de
novos conhecimentos, ou em sua educação.
A educação deve
favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas
essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral.
Este uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais
expandida e amais viva durante a infância e a adolescência, que com freqüência
a instrução extingue e que, ao contrário, se trata de estimular ou, caso esteja
adormecida, de despertar. (MORIN, 2000, p.39)
A
educação visa em sua totalidade, “naturalmente”, a inserção do indivíduo na
sociedade de maneira prolífera e atuante, e as suas metodologias tendem ao
aprimoramento do ser humano em sua essência.
Os conhecimentos que se encontram
interligados em uma espécie de rede consolidam-se quando aplicados na medida
coerente às expectativas de aprendizado, tanto dos educandos quanto dos
educadores, e por se tratar de uma ciência dinâmica, esta que faz jus a lógica
do construtivismo, nos leva a crer que na complexidade de informações exista a
possibilidade de se construir cada vez mais as concepções de um mundo moderno,
dinâmico e atual, para nós educadores, e claro, para os estudantes, desde que
as práticas pedagógicas sejam realmente eficazes e prolíferas para a construção
de tais conhecimentos, e do entendimento de dimensões, espaço, território, mundo
e tudo que se relaciona com ele.
A aula ministrada com todas as
ferramentas adequadas tem como seu objetivo supremo, a elucidação de dúvidas e
a farta compreensão dos fatos, contando sempre com a participação dos alunos e
“contextualizando” os conteúdos para que os mesmos lhes sejam significativos,
assim despertando nos educandos a motivação às pesquisas, e também provocando
inúmeras dúvidas em relação aos mitos e verdades, ofertados por uma mídia voraz
e alienante, apesar de hoje podermos contar com a tecnologia, materiais
adequados e de boa qualidade para que esta trajetória não sofra prejuízo de
qualquer espécie, prejuízo principalmente contraído pelos próprios estudantes em
questão.
O maior desafio é superar as
barreiras que impedem os educandos a alcançar o conhecimento, sendo estas, as
mais variadas, tais como:
·
A
desmotivação dos profissionais envolvidos;
·
As
metodologias retrógradas utilizadas nas instituições, ainda hoje encontradas na
atualidade;
·
O
afastamento do saber significativo e relevante, e a aproximação de um contexto
incompreensível para o aluno, distante da sua realidade, pois, é necessário que
se traga o concreto para a sua apreciação para que o abstrato se faça
compreensível;
·
O distanciamento entre a cultura e quem
realmente necessita dela, ou seja, todos.
Estas barreiras impedem
sobremaneira o desenvolvimento cognitivo, o ato de formar as suas próprias opiniões,
e a virtude de ter seu pensamento voltado para a “visão holística de mundo”,
extinguindo em seu caráter a neutralidade em relação aos fatos que o cercam, ou
seja, a atuação do educador é de suma importância para que esta mediação entre
aluno e conhecimento logre seu êxito em todos os seus estágios, transformando
este mesmo aluno em produtor e investigador, assim despertando nele a sede do
conhecimento.
Provendo a este aluno todas as
ferramentas disponíveis para que o mesmo possa construir, definir, reconhecer,
ampliar seus conhecimentos, identificar e atingir a compreensão das disciplinas
ofertadas e todas as suas facetas, ler e compreender as imagens e as
intertextualidades tão enriquecedoras na compreensão dos fatos, certamente se alcançará
a excelência na educação e na construção de seres pensantes.
Conhecendo estes problemas,
investigando suas possíveis causas e propondo soluções que contemplem
principalmente a construção de conhecimentos sólidos, significativos e globais,
tenho como desafio oferecer esta pesquisa, que visa em seu âmago, mesmo que de
maneira singela, estudar a aplicação de uma pedagogia eficaz para a disciplina
de Geografia no ensino fundamental, jamais se esquecendo, portanto, da sua
importância na história do homem na transformação do espaço, sociedade e no
mundo.
Antes de iniciar nessa jornada
vamos rever o que diz os PCNs de Geografia:
A Geografia, na
proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
tem um tratamento específico como área, uma vez que oferece instrumentos
essenciais para a compreensão e intervenção na realidade social. Por meio dela
podemos compreender como diferentes sociedades interagem com a natureza na
construção de seu espaço, as singularidades do lugar em que vivemos, o que o
diferencia e o aproxima de outros lugares e, assim, adquirirmos uma consciência
maior dos vínculos afetivos e de identidade que estabelecemos com ele. Também
podemos conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros lugares,
distantes no tempo e no espaço, e perceber as marcas do passado no presente. (PCN,
1997, p.99)
Observando
todas as situações propostas nos PCNs notamos a intervenção destas metodologias
na formação dos alunos, principalmente com a sua atuação com o contexto aos
quais estes mesmos alunos subsistem, e que, direta ou indiretamente formam
estes mesmos cidadãos em um breve futuro, pois, neste contexto infinitamente
explorável, que as “insinuações metodológicas subentendidas” e propostas nestes
parâmetros são realmente utilizadas, ou aplicadas.
A GEOGRAFIA COMO CIÊNCIA
Por se tratar de uma ciência que estuda a Terra em
si própria e tudo que a envolve, e também por sabermos que esta mesma Terra é
mutável e inconstante, ou seja, sempre esta sujeita a mudanças de toda ordem, e
o homem figura como o ator principal destas mudanças como agente transformador,
ora destruidor, ora construtor dependendo dos pontos de vista, e tendo como o
trabalho, o fator essencial para a motivação de tais mudanças, notamos as
transformações mútuas, o homem se adapta ao seu meio e o transforma, mesmo de
acordo com seus interesses.
Como então podemos, acerca de tais conhecimentos,
aprofundarmos estas pesquisas e assim conhecer a nossa atuação no meio em que
vivemos?
Este é um dos maiores desafios, pois, a atuação do
homem é mundial, e tratando-se de um planeta de dimensões inimagináveis para a
pequeneza de nossos parcos recursos exploratórios na condição de meros
pesquisadores, ficamos cada vez mais dependentes dos recursos tecnológicos para
o estudo destas mudanças ou intervenções humanas na superfície terrestre, mas,
como tudo deve ser começado em pequenas partes, vamos ao início desta pesquisa,
o espaço, afinal, quando tratamos com estudantes devemos exemplificar de
maneiras menos complexas para que os mesmos possam situar-se no contexto
inicial em que se encontram e posteriormente aprofundar-se em estudos mais
complexos e detalhados, tal como um algoritmo descritivo, deve-se ter esta
noção de memória organizada não em “fragmentos desorganizados”, mas, em
sequências lógicas de raciocínio, tornando mais eficiente a apreensão destes
conhecimentos.
A disciplinaridade ou um currículo
disciplinar podem restringir-se apenas ao caráter cognitivo dos fatos e
conceitos. No entanto, se a perspectiva a escolaridade é a educação integral, a
Geografia deve colaborar com essa meta e pensar em outras dimensões do
conteúdo. Ao ampliar o conceito de conteúdo, devem ser considerados também os
conteúdos procedimentais e atitudinais, que precisam estar presentes nas
intenções do professor de Geografia quando da elaboração da programação da
disciplina escolar. (PONTUSCHKA, PAGANELLI, CACETE, 2009, p.108)
Podemos nos surpreender com a história da Geografia
quando constatamos que ela exerce uma função de espelho do próprio contador
desta história, no caso, o homem, pois, trata-se de pensamentos em geral de
como estes mesmos homens fazem a sua história, segundo
Pontuschka,
Paganelli, Cacete (2009), os
historiadores conduzem os acontecimentos segundo as perspectivas em que se
colocam perante e no interior do modo como os homens relacionam-se para
produzir sua história real.
Os problemas de compreensão desta história e por
consequência, a maneira de interpretar os fatos relacionados com as
transformações do espaço por este mesmo indivíduo, o homem, são na maioria das
vezes os fatores que afastam os educandos da compreensão de sua própria história
fazendo-a se distanciar da compreensão das transformações ocasionadas pela
humanidade em relação ao próprio mundo e tudo o que compreende esta mesma
humanidade, momentos imprescindíveis de uma transformação lógica de espaços,
territórios, etc., e neste momento começamos a identificar a relação não
proveitosa entre ensino e aprendizagem no âmbito da ciência Geografia, pois,
uma vez que os temas de Geografia acompanham e fazem parte de nosso cotidiano,
até mesmo, por se tratar de assunto relevante a nossa existência, torna-se
relevante a sua popularidade, até mesmo no âmbito midiático, haja vista, as
transformações geopolíticas que influenciam em larga escala a opinião de
estudiosos, os quais se relacionam profundamente com o tema, e que em muitas vezes
nos tentam “elucidar” tais transformações, e nós, por nossa vez, tentamos
compreendê-las, porém, não logrando êxito, talvez pela carência de informações
em nossos percalços no ensino público ou privado. Como poderíamos então obter
esta percepção em relação á fatos tão complexos hoje, se outrora, não obtivemos
as informações necessárias até para se compreender um simples mapa mundi?
Enfim a Geografia por se tratar de uma ciência
mutante e densa, nos remete a idéia de transformações profundas e de maneira nenhuma
lineares, sendo assim, o fator de nossas transformações a liberdade de se
construir nova realidade através do trabalho, o qual estabelece a profunda
ligação com estas mudanças.
O processo do trabalho tem sua
materialidade em formas que ao mesmo tempo em que dele derivam a ele revertem,
e são geradas com esse fim. Em se tratando da Geografia, esta materialidade
dialeticamente articulada ao processo do trabalho é o espaço geográfico. Espaço e trabalho estão numa relação de
aparência e essência: o espaço geográfico é a aparência de que o processo
historicamente concreto do trabalho (a relação homem-meio concreta) é a
essência. (MOREIRA, 1981, p.85)
Sendo o trabalho o fator preponderante desta
relação, homem e transformação, nota-se, que este mesmo homem ideologicamente
falando, é senhor de suas atitudes, e construtor de sua história, porém, sempre
acarretará mudanças em seu destino, precoces ou não. A efemeridade das relações
subjetivas, jamais figurou no cenário humano como detentora de ideais
construtivos, apesar de ser significativo, o homem, apesar de ter certa
afetividade por seu espaço o transforma ao seu bel prazer, muitas vezes
ocasionando a própria destruição.
O ESPAÇO GEOGRÁFICO
A relação entre o homem e a natureza, ou entre o
homem e o meio é dada pela técnica, as quais são um conjunto de meios
instrumentais e sociais, nos quais nós os seres humanos, realizamos a nossa
vida, ou melhor, vivemos, assim produzimos nossas realidades e construímos o
nosso meio, ou nosso espaço, sendo este espaço o palco das maiores
transformações ou realizações humanas, as quais, a partir das técnicas
adequadas de exploração, de pesquisa e de metodologias aglomeram-se e
transformam-se na complexa ciência denominada Geografia, mas, sabemos que tais
técnicas não são exploradas completamente.
As técnicas têm sido, com frequência,
consideradas em artigos e livros de geógrafos, sobretudo em estudos empíricos
de casos. Mas é raro que um esforço de generalização participe do processo de
produção de uma teoria e de um método geográficos. As estradas de ferro, e
depois as rodovias, chamaram a atenção de historiadores e de geógrafos. Tanto
Vidal de La Blache, como Lucien Febvre, tiraram partido da noção de progresso
técnico na elaboração de suas sínteses. Daí porque eles podem ser considerados
entre os pioneiros da produção de uma geografia vinculada às técnicas. Esse
também é o caso de Albert Demangeon, quando se interessa pelo comércio
internacional. (SANTOS, 1996, p.32)
Apesar de notarmos a preocupação com tais técnicas e
a sua relevância na coleta de dados em relação à construção deste espaço ou
meio, através do trabalho humano, notamos a complexidade destas informações e
notamos também a gama de informações que se é necessária para a elaboração de
uma pesquisa de qualidade, afinal, pela imensidão deste planeta, é pertinente
dizer que o homem atinge os mais altos níveis de transformação através de seu
trabalho, e que seu meio é seguramente adaptado a ele, e assim por diante.
A diversidade de paisagens, ou de elementos
naturais, os quais fazem parte do espaço geográfico, tais como relevo, clima,
vegetação, hidrografia entre outros fatores significativos, nos faz pensar que
todos estes elementos estão logicamente interligados entre si, formando este
sistema, sistema qual, dada a sua complexidade, muitas vezes pela intervenção
do trabalho humano é amplamente transformado descaracterizando-se do que era
originalmente ocasionando transformações muitas vezes irreversíveis e também
nocivas tanto ao meio, quanto ao próprio homem.
Mutilando o meio em que vive este homem, através da
produção de bens de consumo ou até mesmo para a alocação de sua espécie, fator
este que lhe é peculiar desde a pré-história, o homem visa à supremacia de seu
crescimento, muitas vezes irracional, transformando espaços naturais em
verdadeiras obras regaladas ao surrealismo, haja vista, os barracos nas
favelas, este que desfiam até as leis da gravidade de Isaac Newton, e também
pela devastação dos recursos não renováveis para a satisfação das classes
dominantes mais abastadas e alheias aos problemas reais do consumo
irresponsável, visando apenas seu conforto e sua voracidade em consumir cada
vez mais, sendo que este consumo ataca ferozmente a qualidade de vida neste
frágil planeta e tudo que nele subsiste.
As técnicas e métodos de pesquisas neste âmbito, têm
se tornado cada vez mais difundidas e discutidos pelos mais distintos
cientistas e até mesmo por empresários que vêem na sustentabilidade a maior
razão de nossa sobrevivência no planeta, procurando alterar o espaço geográfico
de maneira inteligente e persuasiva, para que se possa transformar este
ambiente sem ocasionar a sua destruição.
A dinâmica dos espaços da globalização
supõe uma adaptação permanente as formas e das normas. As formas geográficas, isto
é, os objetos técnicos requeridos para otimizar uma produção, somente autorizam
essa otimização ao preço do estabelecimento e da aplicação de normas jurídicas,
financeiras e técnicas, adaptadas às necessidades do mercado. Essas normas são
criadas em diferentes níveis geográficos e políticos, mas as normas globais,
induzidas por organismos supranacionais e pelo mercado, tendem a configurar as
demais. (SANTOS, 1996, p.252)
Sabemos que na maioria esmagadora dos setores
privados as questões ambientais e de conotação sustentável, são meros
paliativos capitalistas para justificar a ineficiência metodológica na
implementação de técnicas oportunas e eficientes para banir a fabricação de
produtos ordinários e altamente descartáveis visando o consumismo exagerado,
este que por sua vez é o carro chefe do consumismo ou fábrica de sonhos de
status, sendo os mesmos métodos amparados por políticas distorcidas e
patrocinadas por países que, por sua vez, já destruíram suas florestas e, hoje
em dia, vêem nos países menos desenvolvidos uma aptidão fenomenal para o
consumismo irracional.
Mas como vivemos em um mundo capitalista ao extremo,
logo desconfiamos destas pesquisas e de suas metodologias, e este assunto fica
cada vez mais sujeito a alienação das pessoas que realmente são as mais
afetadas por tais transformações, os mais pobres de cultura e de bens de
consumo, ou os esquecidos.
Esta pequena crítica ao descaso fica por minha
conta, afinal o tema espaço geográfico, não é alheio a estas transformações,
mas, uma visão social deste espaço se faz necessária e a sua falta realmente
nos deixa carentes de soluções mais responsáveis em relação a tais transformações
causadas por nós mesmos.
Tanto a Geografia Tradicional quanto a
Geografia Marxista ortodoxa negligenciaram a relação do homem e da sociedade
com a natureza em sua dimensão sensível de percepção do mundo: o cientificismo
positivista da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um
conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo
ortodoxo, por tachar de idealismo alienante qualquer explicação subjetiva e
afetiva da relação da sociedade com a natureza. (PCN, 1997, p.105)
Sabemos, porém, que uma das maiores preocupações dos
nossos geógrafos, ortodoxos ou não, é a preservação de nosso espaço para que se
perpetue a espécie humana na face deste planeta, e que a visão afetiva e
subjetiva deste tema é de suma importância na apreensão de conhecimentos para a
formação de pessoas capazes de construir um mundo melhor e mais humano, tanto
para com nossa espécie quanto ás outras espécies que vivem em nosso planeta, e
a importância do espaço geográfico na sobrevivência de ambas, podendo manter
uma transformação racional sem causar o extermínio de espécies, conservando as
florestas ainda sobreviventes do sistema capitalista, e as utilizando-as de
maneira realmente sustentável, como se pode observar em muitos projetos já
existentes e em funcionamento.
Em relação aos demais fatores destas transformações
em nosso espaço, estes, se dão pela arrogância, inadimplência,
irresponsabilidade, negligência, ganância dentre muitos outros vícios de nossos
governos espúrios, e de seus comparsas imperialistas que indiscriminadamente
atuam de forma destrutiva na construção de uma sociedade alienada em relação
aos reais problemas da construção e concepção de espaços geográficos e suas
relevâncias na vida humana em geral, e as reais desgraças causadas pela
intervenção destrutiva do homem neste contexto.
Conforme já vimos, o entendimento da
arquitetura e funcionamento do mundo passa pela compreensão do papel do
fenômeno técnico, em suas manifestações atuais, no processo da produção de uma
inteligência planetária. Entre estas manifestações, queremos destaca a
emergência de uma unicidade técnica, de uma unicidade do tempo (com a
convergência dos momentos) e de uma unicidade do motor da vida econômica e
social. Essas três unicidades são à base do fenômeno de globalização e das
transformações contemporâneas do espaço geográfico. (SANTOS, 1996, p.189)
Sabemos que no começo da história social do homem no
planeta, a atuação de sistemas técnicos era subordinada aos lugares e aos
grupos humanos, suas tribos, suas comunidades e a sua realidade neste plano, e
os indivíduos destruíam muito menos, apesar de transformar seus espaços de
maneiras significativas, mas, com o avanço da espécie e sua multiplicação e
alastramento no plano terrestre houve a necessidade de que se aprimorassem as
técnicas de abordagens e até mesmo de construção deste espaço para que o mesmo,
pudesse se adaptar ao crescimento da raça humana e de suas necessidades.
Entendemos que o espaço geográfico é a somatória de
transformações ocasionadas por nossa espécie, para a nossa também adaptação,
mesmo de forma nociva a nós mesmos e ao nosso planeta, porém, visando nosso
crescimento, mas, para que este crescimento seja útil á todos se faz necessária
a ampliação de nossos conhecimentos em relação às fragilidades de ambas as partes,
e o respeito às diferenças culturais inerentes às pessoas e aos espaços por
elas ocupados, visando assim, reconhecer a multiplicidade de ações humanas para
a manutenção de sua vida e de sua história, a vida humana e as transformações
mundiais ocasionadas por tal fenômeno denominado civilização.
DIDÁTICA E METODOLOGIA EM
GEOGRAFIA, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
Na sociedade atual e contemporânea, notamos a
insuficiência na docência em relação à dispersão aos assuntos relacionados à
compreensão de fatos históricos, sabemos que a memória de nosso povo é deveras
curta e compromete-se assim dizendo, até mesmo em fatos históricos recentes, os
quais são fundamentalmente transformadores de nosso mundo e de nossa realidade,
o desafio é se inserir este aluno ao mundo atual e dinâmico que o cerca, e que também
o assiste, não dependendo apenas dos livros didáticos como meros manuais de instruções,
afinal, não existe receita perfeita ou unânime para a produção de seres
investigadores e aulas padronizadas para que se alcance a qualidade esperada
neste método ultrapassado que ainda persiste, o de decorar os fatos, datas e
dados mecanicamente.
O ensino é democratizado e finalmente está acessível
a todos, apenas devemos encarar como desafio a desconstrução de velhos hábitos
e a abertura para o novo método de aprendizado tão pregado e discutido por
inúmeros autores e pesquisadores.
Os professores buscam seu franco desenvolvimento, e nota-se
atualmente no âmbito acadêmico, a preocupação com este novo conceito
educacional, não passivo, mais ativo, ou seja, um desenvolvimento participativo
e construtor de ideais de crescimento pessoal e profissional.
Segundo
HERNADEZ (1998),
na globalização ou transdisciplinaridade o que se destaca das demais óticas de
ensino nas suas mais variadas versões, é o fato dos educadores se aterem ao que
é relevante como a perseguição de novas metodologias, as quais se destacam pela
soberania na qualificação de pessoas na aquisição de novos conhecimentos
conectados à realidade próxima dos alunos, ou seja, da interpretação da
realidade que os cerca, ultrapassar os limites dos currículos.
Tudo
isso para favorecer o desenvolvimento de estratégias de indagação e
apresentação do processo seguido ao estudar um tema ou um problema que, por sua
complexidade, favorece o melhor conhecimento dos alunos e dos docentes de si
mesmos e do mundo em que vivem. (HERNANDES, 1998, p.39)
Sabemos
que na maioria das vezes, não se atingem os objetivos esperados devido esta
distância entre o “relevante e o não tão relevante”, aquilo que realmente
importa se conhecer, e aquilo que é pregado sistematicamente no âmbito escolar
durante décadas a fio.
As
disciplinas são constantemente resumidas a fatos que discorrem da realidade
vivenciada pelos alunos, afastando-os do conhecimento que lhes é devido, e que
deveria reverenciar a missão educacional concebida aos educadores em questão,
ou melhor, os “auxiliadores na construção de conhecimentos”, o educador deveria
aproximar o educando do conhecimento e não afastá-lo do mesmo, afinal, as
ferramentas ofertadas, disponibilizadas pelos educadores devem ser eficazes
para esta construção de conhecimentos globais e unificados para a melhor
compreensão do mundo que os cerca.
As
estratégias de captação de conhecimentos devem ser potencializadas de maneira
tal, que a maioria dos fatos sejam perfeitamente assimilada pelos educandos, tomando
como ponto de partida a inovação das opiniões pré-estabelecidas historicamente
por questões políticas, afinal, quase tudo foi dito em relação à educação. Esta
perspectiva não se interessa no prestígio destas falidas técnicas de ensino e
abre portas para a entrada de novas maneiras de se ensinar, haja vista, a gama
de oportunidades de comunicação geradas pela globalização, a aproximação dos
mundos e a velocidade na transmissão de dados, enfim, hoje o mundo é bem
diferente do que era no passado, hoje podemos ter acesso imediato a muitas
informações que não poderíamos ter em épocas remotas, assim sendo, não se pode
mais admitir no ambiente escolar a mediocridade ou a alienação.
Segundo
HERNANDES (1998),
nos anos 80, conheceríamos dois fenômenos que se destacariam pela sua
influência na educação, os quais, o impacto da revolução cognitiva nas formas
de se aplicar o ensino e a aprendizagem e as mudanças nas concepções sobre o
conhecimento e o saber derivados das novas tecnologias de armazenamento,
tratamento e distribuição de informações, o que nos remete a idéia de que tudo
está otimizado de maneira a multiplicar os conhecimentos aumentando a sua
compreensão, daí surge o auge do construtivismo, pois, apesar da economia ser
controlada pelos mercados financeiros, fato suplementar às mudanças nas
relações sociolaborais e da participação ativa do Estado na providência de
algumas das muitas necessidades da população, a Educação vem a sofrer mudanças
significativas na sua concepção, fato que influenciou na mudança dos projetos,
e no interesse pelos mesmos.
A
importância do que se ensina e do que aprende na escola, está diretamente
subordinada às mudanças sociais.
Tudo
dito anteriormente faz com que o conteúdo das disciplinas necessite ser
configurado e apresentado por meio de uma variedade de linguagens (verbal,
escrita, gráfica e audiovisual) para abrir aos estudantes os processos de
pensamento de ordem superior necessários para que compreendam e apliquem o
conhecimento a outras realidades. (HERNANDES, 1998, p.72)
Assim
sendo, entendemos a necessidade de superar as velhas metodologias de trabalho
inovando-as, ampliando a variedade de materiais didáticos e valorizando a
participação de pessoas engajadas nestas mudanças, pois, a valorização do
profissional é deveras importante para o sucesso deste projeto de vida.
Falando
de projetos, ainda observamos a defasagem na problematização e planejamento,
sofridas em todo o processo de ensino e aprendizagem e por tudo isso,
observamos a atuação destes projetos, na visão educativa que se relaciona
profundamente com a Escola e o trabalho escolar, organizando-se de maneira
complexa, porém, se utilizados de maneira profícua, realizarão mudanças
significativas no desempenho dos estudantes na aquisição de capacidades como a
autodireção (iniciativa em levar adiante suas tarefas de pesquisa, a inventiva
(criatividade), a formulação e resolução de problemas, diagnósticos de
situações e desenvolvimento de estratégias próprias analíticas e avaliativas, a
integração, a síntese de idéias, farta pesquisa de dados e referências, a
tomada de decisões, pois, é decidido o que realmente é ou não importante para o
projeto e a comunicação interpessoal, o mais importante de todos, afinal, o
aluno terá de contrastar as próprias opiniões com as dos seus companheiros,
enriquecendo o debate e amplificando a construção de seus conhecimentos.
Quando
menciono os projetos, devo ressaltar a importância dos conteúdos abordados
pelos professores e seus agrupamentos, pois, sabemos que em sua organização, os
conteúdos, são agrupados por unidades didáticas, centros de interesse, os
projetos mencionados anteriormente, as problematizações e os eixos temáticos,
enfim, notamos a importância de todos estes fatores na construção de uma educação
de qualidade, e quando falamos em Geografia, notamos a pertinência em se
destacar estas matrizes na concepção da ciência em si própria, pois, nota-se o
dinamismo tanto na Geografia, quanto nas relações de trabalho pré estabelecidas
pelo também dinâmico ser humano, ator principal nesta saga.
O
interesse é despertado a partir do momento em que se organizam estes conteúdos
com as informações ofertadas pelas diferentes disciplinas nas séries iniciais
do ensino fundamental, estendendo-se por todas as modalidades de ensino
posteriores, globalizando os currículos.
O
método de projetos, bastante utilizado na bibliografia americana nas décadas de
20 e 30, configura-se uma proposta de atividade em atenção às motivações e
interesses dos alunos. Originariamente, o projeto dizia respeito a algo
específico, caracterizando-se como uma atividade com objetivo definido,
considerada valiosa pelos alunos e realizada em meio ao quadro natural ou numa
situação real. (PONTUSCHKA, PAGANELLI, CACETE, 2009.p.119)
Sabemos
que a apropriação e domínio destes conteúdos, e conceitos científicos na escola
que conhecemos são a base da sua estrutura disciplinar, sendo que é dada
tamanha ênfase à estruturação destas disciplinas, que se esquece da sua enfadonha
aplicação, pois, as quais sempre se encontram quando aplicadas, distantes da
idéia da interdisciplinaridade dificultando a compreensão dos fatos e afastando
os educandos do conhecimento global destruindo assim qualquer possibilidade de
se apreender quaisquer conhecimentos significativos e úteis para a sua vida.
Agindo
desta maneira errônea, a alienação se aninha no cerne da educação, causando uma
série de reações em cadeia, as quais resultam na falência da educação
brasileira do seu povo.
Porém,
devemos entender que a idéia principal, que figura na ênfase desta estrutura de
matérias de ensino, tais como a Matemática, a História, a Geografia, etc, devem
dar ao aluno o mais rapidamente possível a compreensão de tais matérias e suas
idéias fundamentais e principais, como consta na Lei 5.692/71
(...) Tal iniciativa causou perplexidade em vários sentidos: pela
forma açodada e intempestiva com que foi apresentado; pela quebra do bom senso
na relação entre as duas casas do
Congresso; pela contradição entre a “ exposição de motivos” e os dispositivos adotados; e por ter, um projeto com essas características, se
originado de um intelectual respeitável com um passado político identificado
com as forças progressistas.” SAVIANI (
1997-196).
Sabendo
que é necessário que se aplique uma didática eficiente para que estes alunos
possam adquirir mais conhecimentos significativos, fazem-se necessária a
participação efetiva de professores realmente adeptos de tal prática educativa,
ou seja, pessoas realmente engajadas nas mudanças sugeridas em forma de Lei.
Na
educação continuada, na qual observam-se as tais modificações importantes no
montante à reciclagem de conceitos e métodos, cada vez mais se atualizando com estas novas tecnologias
e Sistemas de Informação ,metodologias e métodos, este professor notará que
seus alunos conseguirão atingir mais rapidamente seu êxito nos seus estudos e
na compreensão de tudo o que o cerca, sendo esta metodologia, muito útil para o
segmento de seus estudos subseqüentes, tanto dos alunos quanto dos professores,
afinal ambos crescem juntos.
A
participação é, do ponto de vista metodológico e para quem pensa em uma
sociedade com justiça social, uma das grandes questões do mundo atual: todos
nela falam, todos a desejam. Qualquer cidadão, incluído políticos, religiosos,
empresários, filósofos, educadores... vão estar de acordo sobre a necessidade
de participação. Mais significativo ainda é o fato de que essa concordância de
todos independe da tendência política, da ideologia ou das crenças das pessoas
envolvidas. (GANDIN, GANDIN, 1999, p.56)
Procedendo
desta maneira, nós os educadores, estaremos formando cidadãos que participam do
mundo em que vivem, pois, a compreensão dos fatos favorece o discernimento e o
crescimento pessoal, além de auxiliar sobremaneira no entendimento global dos
fatos que assistem as pessoas e aos alunos em questão.
A
PRÁTICA EDUCATIVA NA GEOGRAFIA, A CARTOGRAFIA.
A Geografia consiste
numa ciência que possui um objeto de estudo amplo que supera em toda a
descrição supérflua e efêmera da crosta terrestre, países, continentes e tudo o
que lhes corresponde informações, nós, os educadores, devemos nos ater às
informações que realmente abarquem as tais experiências espaciais vivenciadas
pelos alunos em questão, à que se saber sobre, por exemplo, a cartografia,
matéria que até nos dias atuais representa certa cegueira em relação a mapas e
representações cartográficas de toda a sorte, sabemos que atualmente
encontramos alunos até mesmo nas esferas acadêmicas que quando se deparam com
os tais mapas, se surpreendem por não compreendê-los de maneira racional.
Isto ocorre pela
deficiência de aprendizado sofrida por estes alunos nas séries iniciais de seus
estudos, os mapas, por exemplo, sendo alvo de estudos e material de observações
úteis para a localização espacial, e para que as pessoas possam se situar em
relação a muitos outros artifícios inerentes da Geografia, e da História
também, e, sabendo utilizar adequadamente estas ferramentas, o aluno notará que
em sua vida este aprendizado fora útil, afinal, sabemos que os mapas, são
amplamente utilizados nos guias, nos shopping centers, no turismo, na
organização política, na economia, nas estatísticas, na História do mundo, etc.
A cartografia permite
ler e interpretar o espaço próximo ou distante através de símbolos que se
relacionam entre si, representando no papel um espaço reduzido, que fornece ao
leitor informações que o ajudarão a se localizar no espaço e a compreender os
diferentes espaços do mundo e suas dimensões. Esta temática deve ser trabalhada
já nas séries iniciais do ensino fundamental, através de jogos e brincadeiras.
(MARTINELLI, 1998).
Sabemos a importância
da aplicação da cartografia nas séries iniciais, e como isso pode influenciar
positivamente no desenvolvimento dos alunos em relação ao aspecto espacial e de
localização das mais diversas formas de simbologias conhecidas em nosso planeta,
dos mares, territórios, etc, e como os mesmos estão distribuídos no globo
terrestre, além de que, poderemos exemplificar de inúmeras maneiras vários
fatos históricos e épicos, políticos e sociais.
A cartografia é uma
linguagem que expressa fatos e fenômenos observados nos inúmeros locais
constituindo explicitamente o importante instrumento de reflexão, compreensão e
informação, possibilitando uma gama de conhecimentos estratégicos acerca dos
espaços geográficos, permitindo assim a leitura crítica e atualizada de inúmeros
fenômenos em diversas escalas.
Fundamental é a
inclusão desta linguagem no contexto escolar, afinal, ao ler um mapa o
estudante, passa a ter certo domínio sobre a percepção e compreensão de vários
fenômenos que se manifestam em sua amplitude, nas mais diferentes escalas,
estabelece relações e comparações, chegando a conclusões oportunas, que não
teria se não tivesse acesso a tal técnica.
Ler mapas é um processo
que começa com a decodificação de informações, as quais devem ser inseridas no
contexto escolar desde os primórdios deste projeto educacional.
A leitura, análise e interpretação dos mapas temáticos
fazem parte do que se chama “comentário” do mapa. Primeiramente, servem para
responder às questões acima expostas, do que? Em que ordem, quanto. Para cada
um destes itens que compreendem o comentário, são necessárias as seguintes
observações, segundo Martinelli (2003), pode-se compreender que a utilização de
mapas temáticos incide com a leitura dinâmica das informações assim ofertadas
pelas próprias ilustrações, há a intertextualidade inserida neste contexto,
assim, como há a intertextualidade inclusa em tudo que se conhece, afinal, não
podemos extrair conclusões simplesmente de meras suposições ou acasos do
destino, porém, o mais importante é que nosso aluno aprenda a interpretar as
informações e estabelecer as relações pertinentes ao fato descrito em tais
ilustrações, ou mapas, analisando seus dados coerentemente e desenvolvendo seu
raciocínio de forma coesa.
PARA QUE SERVEM OS MAPAS?
Quando abordo a assunto cartografia, noto a importância
desta disciplina na relação aluno e conhecimento espacial, as noções de espaço,
e as sua interpretação, afinal, sabe-se que há uma imensa dificuldade em
relação à compreensão destes fatores pelos alunos em âmbito geral, a
inadimplência em relação a estes conhecimentos, insurge-se desde as séries
iniciais do ensino fundamental e estendem-se até aos níveis mais avançados da
educação conhecida por todos.
Resultados de várias pesquisas no campo geográfico e também
educacional denotam estas dificuldades, pois, a escola não oferece como se sabe,
as devidas condições para que o aluno desenvolva estes conhecimentos de forma
eficaz e produtiva, nota-se o despreparo de muitos dos profissionais envolvidos
na educação e seu descompromisso e em relação às suas próprias aptidões e sua
vergonhosa falta de conhecimentos, ou seja, como já foi dito anteriormente, a
intertextualidade é imprescindível para que haja a multiplicação do “ferramental”
ofertado para os educandos a fim de se transformar meros alunos em pensadores e
investigadores por excelência, no entanto, é fato que nossos educadores
necessitam sempre da evolução e reciclagem de seus conhecimentos para que possam
ofertar decentemente uma educação de qualidade.
Esta realidade aflige o nosso contingente educacional com
tudo que ele abarca, e por esta razão, nesta matemática, notamos a desmotivação
iminente de todos os envolvidos no assunto.
Os mapas tanto os murais, conceituais, mentais e todas as suas
outras modalidades por serem instrumentos pedagógicos, pressupõem a idéia de
prática pedagógica, não apenas meros paliativos para a confusão de idéias e
saberes discutidos de maneira vazia no ambiente “classe”, ou sala de aula,
ainda que suscitem uma rica contribuição no imaginário, na motivação e “despertar
da curiosidade” de nossos alunos, porém, quando não compreendidos da maneira
lógica e funcional, apenas servem de manifestantes da ignorância e da
alienação.
Considerando as variáveis produtivas do gênero, nota-se a
diferença entre a comunicação entre imagem, texto e sua interpretação conjunta,
para uma somatória de informações sem sentido e abstratas, as quais, não atuam
coerentemente na construção dos conhecimentos.
A compreensão de nosso mundo tão visada na cartografia e na
Geografia descreve a maioria das elucidações prescritas na prática pedagógica
produtiva e aplicada de maneira a anunciar a evolução das idéias e do
conhecimento holístico, pois, são instrumentos utilizados desde os primórdios
da humanidade para a localização e proficiência de nossa espécie.
Conclui-se que a cartografia é um dos instrumentos
fundamentais para a identificação de nosso espaço geográfico, do mundo que
conhecemos e de tudo que envolve a localização do ser humano em seu contexto,
experimentado ou não, ilusório ou não, verdadeiro ou fictício, profissional ou
amador, literário, científico, organizado, político, social, ecumênico, étnico,
lingüístico e fundamentalmente pedagógico.
CONCLUSÃO
A Geografia sendo a ciência dinâmica que é possui a magna
importância na história da humanidade e na construção de um ser humano,
complexo, determinado, transformador, construtor, conquistador, cientista,
profissional, cidadão e aluno. Esta ciência caminha na sua evolução, assim como
nós, os seres humanos caminhamos para a nossa tão sonhada emancipação como
pessoas evoluídas ou não.
Sentimos a necessidade de se desobstruir as veias de
circulação da sabedoria comprimidas por um sistema arcaico e falido de ensino,
ao qual fomos submetidos, e infelizmente ainda somos, a desmistificação de
glória aos burgueses capitalistas, o qual, segundo eles, detém o conhecimento o
afastando cruelmente das classes menos favorecidas, visando à eterna escravidão
proposta desde o surgimento deste sistema que destrói sistematicamente a
diversificação tão gloriosa da raça humana, e seu multiculturalismo.
Somos os responsáveis pela transformação deste ensino
apresentado por décadas a fio, subjugado por sistemas ditatoriais e
esquizofrênicos os quais delimitaram e perseguiram os pensamentos mais sublimes
de liberdade, igualdade e justiça.
É nosso dever mudar o mundo que conhecemos e transformá-lo
em um lugar livre e justo, onde todos os conhecimentos passem a ser de domínio
público e que a austeridade deste neoliberalismo capitalista caótico e
distorcido, não degenere ainda mais a educação e nossos sofridos alunos, os
futuros cidadãos brasileiros, ou cidadãos do mundo.
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