sábado, 18 de fevereiro de 2012

A educação atrás das grades e a ressocialização – mito ou verdade?

Boa Noite!
Hoje quero falar sobre este assunto que na verdade é o tema da minha monografia, é um assunto um tanto quanto pesado, denso, mas, é um assunto que me atrai e me interessa, ou seja, um assunto que pouco importa a maioria das pessoas que veem nos presidiários as pessoas amaldiçoadas e sem futuro, mas, que na verdade são apenas e tão somente, vítimas de uma educação precária e de uma sociedade medíocre e egoísta e que apenas preza o status e as suas regalias e que também não se interessa pela política e tudo o que ronda nosso cenário.
Na verdade todas as mazelas sociais estão vinculadas a educação, ou na falta dela, e este fator influencia severamente o desenvolvimento de nossa nação, afinal, sem cultura as pessoas jamais poderão alcançar seu verdadeiro desenvolvimento e alçar voos para a verdadeira riqueza, a sua soberania.
A questão da educação prisional, ou no sistema prisional seria um paliativo na visão destas pessoas, pois, descrentes nas pessoas que estão encarceradas, elas apenas apontam os dedos para julgá-las, mas, não cogitam sequer as verdadeiras razões que levaram estas pessoas a praticar seus delitos ou crimes.
Muitos os que praticam crimes tiveram acesso à educação, mas de certa forma não a utilizaram da maneira que ela deveria ser utilizada, e a usaram de forma distorcida e também egoísta, apenas visando seus princípios e valores, os quais não são os valores adequados para uma vida sadia e produtiva no sentido da palavra.
Muitas hipóteses são levantadas neste contexto, as quais nos infestam a cabeça de dúvidas em relação ao destino dos seres humanos, ou da nossa sociedade, esta que por sua vez tem vontade própria e sutilmente impõe seu ritmo.
Em relação a minha posição sobre este assunto, acredito que as pessoas merecem uma segunda chance e que é possível mudar para melhor quando se deseja do fundo de seu coração, ou da sua alma, e que também haja uma motivação positiva, secundária e realista.
A sociedade deveria ser menos voraz em seus julgamentos e olhar para as pessoas de outra maneira, ou seja, julgar os atos e não as pessoas, mas, sabemos que não funciona desta forma, e na cadeia as pessoas são esquecidas pelo sistema, às vezes até pelos seus familiares, esposa, filhos, etc.
E a educação dentro destes sistemas, será que existe?
Sim esta educação foi implementada em muitos presídios e muitos detentos estão sendo agraciados por este benefício para que consigam a sua ressocialização, ou possam verdadeiramente poder ser novamente inseridos na sociedade, na nossa sociedade, que os vomitou graças aos seus delitos, e que agora não os quer de volta, nem estando eles com as suas dívidas pagas perante o estado e a sua querida e amada sociedade. São os filhos pródigos da família brasileira, os filhos esquecidos dentro dos cárceres sujos e mal cheirosos, sem as menores condições de sobrevivência, como se viu na televisão naquele presídio infernal do Espírito Santo, o presídio mais desumano do BRASIL, segundo as estatísticas, no município de Cariacica, onde os ratos disputavam o território com as fezes e as pessoas, as quais viviam dentro de containers de lata, subjugadas pelo sol e seu calor infernal, sem as menores chances de ressocialização, ou de uma volta para a civilização, não creio que exista um inferno, este citado na bíblia com o rigor de um fogo eterno, ou mesmo, no aclamado livro de Dante Alighieri, mas um inferno real e desprovido de salvação.
O sistema prisional brasileiro encontra-se falido e desprovido de subsídios governamentais e em muitos estados encontra-se em franca decadência, como no infeliz exemplo citado, os direitos humanos buscam soluções para a falta de humanidade no tratamento com estas pessoas, as quais, em muitas oportunidades são submetidas às piores humilhações possíveis e imagináveis, e sabendo destes dados infelizes, podemos concluir que para os detentos torna-se cada vez mais improvável uma socialização, ou que eles possam viver mais uma vez dignamente.
A educação que outrora foi medíocre causando estas distorções sociais, agora se torna aprazível neste sistema prisional, que busca esta educação propícia a ressocialização destas pessoas ou indivíduos, como são vulgarmente qualificados pelas nossas vãs filosofias, e pela psicologia de botequim.
Tudo isso se dá num sistema desqualificado e desprovido de civilidade, beirando a realidade medieval dos calabouços e dos instrumentos de tortura, mas a tortura é principalmente moral.
Nas mais variadas camadas sociais, encontramos os delitos e seus praticantes, os ricos são denominados “psicopatas”, os pobres, são os “monstros” sem alma e sem coração, e sem concerto!
Na FUNDAÇÃO CASA, onde deveria ser conduzida a educação para a socialização, apenas encontramos os muitos casos de abusos e consumo de drogas e a apologia ao crime, ao invés da salvação encontra-se a perdição, a rebelião, a morte, a morte do ser humano na sua essência, no seu espírito e na sua alma, deixando de ser homem civilizado e passando a viver com seus instintos primitivos e as suas necessidades primárias, agindo por impulsos e vivendo sob o jugo das drogas e do crime organizado, o pai da impunidade. Ao governo interessa aquilo que é paliativo, afinal, preconizam a desgraça e o espetáculo movido pela mídia marrom dos programas exibidos à tarde, os quais condenam a inteligência e o cérebro das pessoas ao breu da alienação.
E a educação mais uma vez fica no esquecimento, mas não por muito tempo.
A ilusão de se socializar dentro do inferno, é apenas uma das hipóteses que serão levantadas nesta dissertação, mas a priori, eu creio que a privatização deste sistema seria viável em nosso país, graças à incompetência deste nosso governo espúrio, corrupto e desleal com seu povo, povo este que também se encontra atrás das grades, tanto das dos presídios quanto das suas casas, apartamentos, barracos, palafitas, covis, debaixo das pontes, nas câmaras dos deputados, plenários, covas, latifúndios, etc., etc.
Devo ressaltar que a ideia da privatização coube devido ao “advento” dos pedágios nas estradas e as suas concessões faraônicas, das dinastias eternas, mas, que ainda punem os cidadãos com as taxas extorsivas dos impostos, os quais deveriam ser extintos, por não serem mais úteis para a manutenção do patrimônio público, afinal, já existem os pedágios e o seu valor absurdo.
Em relação aos presídios e a educação atrás das grades, devo ressaltar que isso só será possível se realmente houver a vontade política em se ressocializar estas pessoas, estes cidadãos, ou se a educação verdadeiramente for agraciada pelas poderosas mãos do governo, o qual deseja do fundo da sua alma que o povo se exploda, este povo que o elege e que coloca o poder “em suas mãos” para que a sua sina seja modificada e a sua sorte seja outra, e que nunca mais sejam necessárias à construção dos calabouços e das câmaras de tortura com seus verdugos e carrascos de terno e gravata, muitas vezes chamados de doutores.
Doutores que tiveram também o privilégio de uma educação e que amam ser beijados pelas lentes das câmeras televisivas e dos apresentadores fanáticos pela megalomania e pela demagogia, disse, demagogia, não PEDAGOGIA.
A culpa sempre será da sociedade que elege este tipo de escória.
Os políticos deveriam permanecer atrás das grades, mesmo que por pouco tempo, assim dariam mais valor à educação que negam aos menos favorecidos, e quem sabe lá dentro, ouvindo os gritos ofensivos dos carcereiros, e não podendo sequer sentar num vaso para defecar decentemente, além de se abster de suas finas iguarias, passando a se alimentar com os famosos “bandecos” repletos de salitre e muitas vezes azedos, quem sabe assim estes políticos começariam a modificar os seus olhares para o povo realmente.
Falar de sistema prisional é muito difícil para quem não consegue separar a causa do efeito, mas o julgar deverá sempre estar em segundo plano, à situação das pessoas que se encontram detidas neste sistema, realmente não é das melhores, existe, por exemplo, a superlotação dos presídios é diretamente proporcional a superlotação de uma granja de abate de frangos de corte, 24 aves por metro quadrado, calculando-se o peso e realizando a regra de três chegaremos facilmente a um resultado semelhante, acaso seríamos menos valiosos do que frangos?
Esta é a realidade de nossos presídios, a realidade que os apresentadores inescrupulosos, juízes do submundo da mídia escura e fétida, não divulgam em seus programas vespertinos, e vos pergunto:
- Como recuperar pessoas nestas condições?
As pessoas não conseguem sequer ter vontade de viver assim, quanto mais, estudar e tentar serem diferentes do que “um dia foram”, além disso, quando ingressam em sua tão sonhada liberdade, depois de terem pagado todos os seus débitos perante a sociedade, mesmo assim não asseguram a sua ressocialização, pois, ainda esbarram no preconceito.
A inclusão social é uma das maiores hipocrisias que eu tenho conhecimento, algo assim surreal, só existe apenas no discurso, vemos todos os dias exemplos de falta de cidadania e a falta de vergonha destes insanos políticos, que não se curvam jamais a humildade e apenas visam seu conforto e a sua antropofagia, devoram os mais pobres como predadores e causam náuseas nas pessoas esclarecidas.
A inclusão e a cidadania jamais são ensinadas nas escolas, isso é fato consumado.
Os detentos são o resultado desta e de outras façanhas deste governo “Lusitano”, e pervertido, que graças aos nossos antepassados que guiados pela sua ganância, apenas venderam pessoas ao descaso, e colonizaram seus pensamentos.
A detenção é apenas um castigo para nossos juízes, mas, deveria ser uma espécie de reeducação para que realmente se pudessem reinserir estas pessoas no contexto social fazendo-as filhos benditos e queridos para a nossa sociedade hipócrita, a qual se aninha com a mediocridade e a corrupção até mesmo debaixo de seus solenes telhados e no conforto de seus lençóis.
A pedra fria onde dormem as crianças deixadas ao acaso jamais será como a cama destes faraós modernos, que por incrível que pareça, ainda repousam suas cabeças em seus travesseiros de penas de ganso.
A educação deixa a desejar, mas ainda é o melhor caminho para que não se produzam mais marginais, ricos ou pobres, letrados ou não... Os políticos sempre existirão, mas ainda existem os bons políticos!
Até breve!
 

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SÃO PAULO

SÃO PAULO
A SELVA DE PEDRA

Impressionante!!!

Impressionante!!!
Tudo realmente é possível...

Coincidência? Ou...

Coincidência? Ou...
Um capricho da natureza????